Em sua história da Palestina sob o Mandato Britânico, One Palestine, Complete, o pós-sionista Tom Segev escreveu do movimento kibutz:
- O kibutz foi uma criação social original, ainda que sempre um fenômeno marginal. Ao final dos anos 1920 não mais que 4 000 pessoas, crianças incluídas, viveram em algo em torno de trinta kibutzim, e eles somavam meros 2,5 por cento da população judaica da Palestina. O serviço mais importante que os kibutzim forneceram à luta nacional foimilitar, não econômica ou social. Eles eram guardiões da terra sionista, e seus padrões de assentamento iriam a uma grande extensão determinar as fronteiras do país. Os kibutzim também tinham um poderoso efeito na imagem própria sionista. (Segev, 252)
A visão de Segev pode ser cínica, mas ele é correto em dizer que a história de Tel Aviv, na qual, coincidentemente, foi fundada no mesmo ano que Degania, poderia ser muito mais representativo da experiência do yishuv que das histórias dos kibutzim.
Os kibutzim foram criticados por falharem em viver de acordo com seus princípios. A maioria dos kibutzim não são auto-suficientes e têm que empregar não-membros do kibutz como trabalhadores do campo (ou mais tarde trabalhadores de indústria). O que foi particularmente controverso foi o emprego de mão de obra árabe enquanto excluía deles a possibilidade de unirem-se ao kibutz como membros plenos.
Nas décadas mais recentes, os kibutzim foram criticados por abandonar princípios socialistas e ao invés disso, tentarem ser competitivos no mercado. O kibutz Shamir é proprietário de uma companhia de produtos óticos que é listada na bolsa de valores NASDAQ. Numerosos kibutzim deixaram de cultivar a terra e ao invés disso desenvolveram parte de suas propriedades para fins comerciais e industriais, construindo centros de compras e fábricas em terras do kibutz que servem para empregar não-membros do kibutz enquanto o kibutz retém o lucro de alguel das terras ou vendas. Da mesma forma, kibutzim que não se engajaram nesse tipo de desenvolvimento foram criticados por tornar-se dependentes de subsídios do estado para sobreviver.
Ainda assim, os kibutzniks tiveram um papel na sociedade de yishuv e depois na sociedade israelense, muito além da proporção de sua população. De Moshe Dayan a Ehud Barak, os kibutzniks serviram Israel em posições de liderança. David Ben Gurion viveu a maior parte da sua vida em Tel Aviv, mas o kibutz Sde Boker, no Neguev, foi o seu lar espiritual.
Os kibutzim também contribuíram imensamente para o crescimento do movimento de cultura hebraica. A poeta Rachel se entusiasmou com o cenário de mirantes de vários kibutzim da Galileia nos anos 1920 e 1930. O sonho de kibutz de "fazer o deserto florecer" tornou-se parte do sonho israelense também.
Igualmente, os kibutzim afetaram desproporcionalmente a visão que o resto do mundo tinha de Israel e a imagem que os israelenses tem de seu país. Uma razão pela qual os socialistas apoiaram muito Israel em suas primeiras duas décadas de existência é que os kibutzim representavam o socialismo em sua mais pura forma. Livros e filmes sobre Israel, de The Source de James Michener a Exodus de Leon Uris, todos têm participação de kibutzniks proeminentes. A imagem estereotípica do kibutznik - bronzeado e vestindo um chapéu de sol de brim - tornou-se a imagem estereotípica de todos os israelenses, inclusive sendo usada em propaganda antissionista. No que diz respeito à imagem que os israelenses têm de si mesmos, uma vez, quando perguntado o que proporia para fazer sobre os milhares de israelenses que não tinham comida suficiente para comer, o entãoprimeiro-ministro Ehud Barak propôs que os israelenses simplesmente abrissem a sua dispensa para os famintos, como se Israel fosse um grande kibutz.
Uma vez que ainda há mais de 250 kibutzim em Israel, pode ser prematuro lidar com o legado do movimento kibutz. Contudo, apesar de que possa existir centenas de entidades em Israel que se intitulam kibutzim, o impulso coletivista se foi. Como o maior movimento coletivista secular de todos os tempos, os kibutzim discutivelmente possam provar que o modelo em si é economicamente sustentável, enquanto o fervor ideológico não o é.
- Cooperativismo agrícola
- Lista de kibutzim
- Moshav
- Comuna popular
- Socialismo
- Sovkhoz
- Site Oficial do Movimento Kibutz
- Site do Ministério de Relações Exteriores de Israel sobre Kibutzim
- Entrevista com Gary Brenner e Jo-Ann Mort sobre Kibutzim na Sociedade Israelense
- Instituto de Estudos Estratégicos Avançados e Políticos